Vários artistas moçambicanos estão sendo duramente criticados nas redes sociais após manifestarem apoio ao candidato da FRELIMO, Daniel Chapo, durante as eleições de 9 de outubro de 2024. Entre os mais visados está o rapper Bander, que, junto com outros músicos como Kilua Rafael, Mr. Bow, Humberto Luís, Matilde Conjo e Valter Artístico, enfrenta uma onda de ataques por parte de internautas que os acusam de conivência com o que chamam de "promotores de resultados fraudulentos".
Os ataques online se intensificaram nos últimos dias, com a partilha massiva de fotos dos artistas acompanhadas da legenda "Descanse em Paz", simbolizando, segundo os internautas, o "fim" da credibilidade dessas figuras públicas. Nos comentários, frases como "Descanse em Paz" são repetidas, enfatizando a morte simbólica desses artistas na esfera pública, devido ao apoio prestado a Chapo e ao partido governista.
A situação reflete o crescente descontentamento de parte da população com os resultados eleitorais, que têm sido amplamente questionados e associados a fraudes. Os artistas, ao apoiarem figuras ligadas ao processo, tornaram-se alvos de uma forte reação online, onde suas imagens e reputações estão sendo atacadas por usuários que se dizem decepcionados com a postura dos mesmos.
O rapper Bander é um dos que mais têm recebido críticas, com seus perfis nas redes sociais sendo invadidos por comentários negativos e acusações de trair os valores democráticos. A cantora Matilde Conjo e o popular Mr. Bow também enfrentam reações semelhantes, com muitos seguidores questionando suas motivações e posições políticas.
Este cenário expõe a complexidade do engajamento político de figuras públicas e o impacto que isso pode ter em suas carreiras, especialmente em momentos de forte polarização política. O apoio explícito de artistas a figuras ou partidos controversos pode transformá-los rapidamente em alvos de ataques, principalmente em contextos de insatisfação popular com o sistema político.
As reações até o momento mostram que as redes sociais têm se tornado um campo de batalha para o debate político em Moçambique, onde os limites entre a liberdade de expressão e o assédio digital estão sendo postos à prova.