Na tarde de hoje, Venâncio Mondlane, uma das principais figuras da oposição em Moçambique e candidato do partido PODEMOS, realizou uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, onde destacou sua disposição para dialogar com a FRELIMO, mas sob condições rigorosas. Ele exigiu, como requisito fundamental, a "reposição da verdade eleitoral" com a divulgação dos "resultados verdadeiros" das eleições gerais realizadas em 9 de outubro de 2024.
Mondlane foi enfático ao afirmar que o diálogo só acontecerá se houver também uma responsabilização clara da Polícia da República de Moçambique (PRM) pelas mortes e ferimentos de cidadãos moçambicanos durante as manifestações que ocorreram após os resultados eleitorais, e que se realize um "enterro digno" para as vítimas das repressões violentas.
Além dessas exigências, o líder do PODEMOS dirigiu duras críticas às operadoras de telefonia móvel, acusando-as de violar os direitos do povo ao restringir o acesso à internet durante os protestos e momentos críticos. Mondlane alertou que, caso as operadoras voltem a suspender o serviço de internet, enfrentarão represálias graves, como a destruição de antenas instaladas em áreas residenciais e de seus estabelecimentos comerciais.
UMA TERCEIRA FASE DE PROTESTOS
Durante a transmissão, Mondlane anunciou uma terceira fase de manifestações, que será "ainda mais radical", segundo ele, com o objetivo de "obrigar a FRELIMO a ajoelhar perante o povo". Ele afirmou que o partido no poder, que governa o país há quase cinco décadas, precisa reconhecer sua responsabilidade pelos "50 anos de sofrimento" impostos à população moçambicana. Mondlane enfatizou que o povo exige que a FRELIMO se desculpe e que o atual governo respeite a soberania do Estado e os direitos dos cidadãos.
A retórica firme e as promessas de intensificar os protestos ecoam as crescentes tensões políticas no país, especialmente após os resultados eleitorais contestados. O país tem vivido um clima de instabilidade, e o chamado de Venâncio Mondlane para um diálogo com condições pré-estabelecidas coloca mais pressão sobre a FRELIMO, que enfrenta um desafio crescente por parte de uma oposição cada vez mais determinada.
O desenrolar dos próximos dias será crucial para o futuro político de Moçambique, e a resposta da FRELIMO às exigências de Mondlane poderá definir os rumos do país em meio a um cenário de intensas mobilizações sociais.
Redação: Índico News/Radar Magazine MZ®
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