Ontem, sexta-feira 01, Maputo se transformou novamente em uma “cidade fantasma” com a adesão da população à terceira etapa de manifestações de sete dias convocadas por Venâncio Mondlane, candidato do partido PODEMOS, contra os resultados eleitorais de 9 de outubro, amplamente contestados por fraudes e irregularidades. Com o apoio de 40 partidos da oposição, a manifestação marca a quarta vez em menos de duas semanas que a capital do país fica paralisada.
Embora o governo tenha pedido que as atividades econômicas não fossem interrompidas, os apelos foram ignorados. Transportes públicos operaram de forma restrita, e mercados como o do Zimpeto registraram baixa afluência de comerciantes e clientes. Grandes estabelecimentos comerciais permaneceram fechados, receosos de vandalismo, enquanto os serviços bancários encerraram as agências e desligaram os caixas eletrônicos.
A Avenida de Moçambique, normalmente congestionada, ficou quase deserta, assim como outras áreas movimentadas da cidade, como o "Xiquelene" e o centro de Maputo, com pouca circulação de pessoas e transportes. As poucas instituições que abriram enfrentaram dificuldades em continuar operando normalmente.
Na periferia de Maputo, em bairros como Luís Cabral e Maxaquene, houve confrontos entre manifestantes e a Polícia da República de Moçambique (PRM), com barricadas e pneus queimados em algumas vias principais. Testemunhas relatam que a escalada de tensões ocorreu após a polícia impedir uma tentativa de marcha pacífica no bairro Luís Cabral, o que resultou em confrontos. A Polícia utilizou gás lacrimogêneo, embora sem relatos de feridos graves.
A Ordem dos Médicos registrou 10 mortes em confrontos violentos com a polícia na semana anterior, além de dezenas de feridos e centenas de prisões. Ao anoitecer, Maputo parecia ainda mais desolada, com moradores enfrentando dificuldades para retornar às suas casas devido à interrupção do transporte público. Na fronteira de Ressano Garcia, as autoridades foram obrigadas a fechar temporariamente a passagem após manifestantes bloquearem a estrada e incendiarem pneus.
Com mais etapas planejadas, incluindo uma “Mega Manifestação” em Maputo, o clima de incerteza e tensão permanece, reforçando as demandas da população por transparência eleitoral e respeito à vontade popular.
Redação: Índico News – Radar Magazine MZ®||
Fonte: Carta MZ|| Imagem: Arquivo Radar
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