A população de Ressano Garcia, na Província de Maputo, tomou uma ação drástica na manhã de hoje, bloqueando as estradas principais e retirando as chaves dos caminhões para impedir a passagem de veículos. Este ato foi uma forma de protesto contra o que a comunidade descreve como a ignorância do governo em relação à situação crítica do país, marcada por alegações de fraude eleitoral, repressão policial e assassinatos de manifestantes e civis.
O bloqueio ocorreu em meio a uma série de manifestações que têm ganhado força por toda a Moçambique, onde cidadãos denunciam práticas irregulares nas recentes eleições, além do uso abusivo da força policial. Moradores locais afirmam que essa decisão extrema de impedir o trânsito de caminhões surgiu da frustração com a falta de respostas e ações governamentais diante dos apelos por justiça e transparência.
Relatos indicam que os manifestantes interceptaram os caminhões que saíam do país ou vinham da África Sul e forçaram a parada dos veículos, retirando as chaves para garantir que o bloqueio fosse mantido. A medida, segundo alguns dos envolvidos, visava chamar a atenção das autoridades para a crescente insatisfação popular, especialmente diante da violência policial que, de acordo com testemunhas, já resultou na morte de vários manifestantes em várias regiões do país, inclusive o assassinato sem resposta de Elvino Dias e Paulo Guaimbê.
Além disso, a população expressa indignação com a maneira como as forças de segurança têm respondido às manifestações, alegando que o governo responde aos protestos pacíficos com uso excessivo da força, ignorando reivindicações legítimas por justiça eleitoral e transparência. O bloqueio da estrada em Ressano Garcia reflete um momento de tensão crescente e sinaliza uma exigência urgente por mudanças e pelo fim da violência contra civis.
Até o momento, as autoridades não se pronunciaram sobre a situação em Ressano Garcia, mas a expectativa é de que a pressão popular continue a crescer, especialmente se não houver respostas concretas por parte do governo e das instituições responsáveis pela supervisão eleitoral e pela segurança pública no país.