A cidade de Maputo foi palco de intensos protestos neste sábado, quando uma marcha pacífica organizada pela comunidade islâmica resultou em confronto com as forças de segurança. A manifestação, que teve início na baixa da cidade e foi marcada por orações e apelos por justiça e transparência eleitoral, acabou em tumulto após a intervenção da Polícia da República de Moçambique (PRM), que utilizou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.
Com o país mergulhado em tensões políticas e sociais, este protesto ocorre em meio ao crescente descontentamento com os resultados das eleições de 9 de outubro, que estão sendo contestados por partidos da oposição e candidatos presidenciais. As forças policiais alegaram que a dispersão foi necessária devido ao risco de desordem pública, embora testemunhas e participantes afirmem que a marcha foi inteiramente pacífica até a intervenção da PRM.
Indignação com o Uso de Força contra Manifestantes Pacíficos
Representantes da comunidade islâmica em Maputo denunciaram o uso excessivo de força e questionaram o papel da polícia na manutenção dos direitos democráticos. Segundo manifestantes, o protesto pretendia ser uma expressão pacífica de insatisfação com o atual estado político, onde crescem as denúncias de fraude e irregularidades nas recentes eleições.
Testemunhas relataram que a dispersão com gás lacrimogéneo gerou pânico entre os participantes, incluindo mulheres e crianças, que foram forçados a fugir para áreas seguras. O incidente atraiu críticas nas redes sociais, onde internautas questionam a legitimidade da repressão contra cidadãos que exercem o direito constitucional de se manifestar pacificamente.
Contexto de Instabilidade Política
Este episódio ocorre em um momento delicado para Moçambique, onde a crescente oposição aos resultados eleitorais e o apelo de líderes opositores por justiça tem mobilizado diversos setores da sociedade. Nos últimos dias, a capital moçambicana tem sido cenário de manifestações e protestos, com uma agenda de mobilizações que inclui uma mega manifestação planejada para 7 de novembro, convocada pelo líder opositor Venâncio Mondlane.
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Fonte: DW África