O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, criticou duramente o candidato presidencial Venâncio Mondlane por ter se declarado vencedor das eleições gerais de 9 de outubro, antes do término da contagem dos votos, e alertou sobre as consequências da escalada de violência no país.
"Com menos de 10% dos votos apurados, Mondlane se autoproclamou vencedor e chegou a formar uma comissão de transição de poder, incitando os seus apoiantes a protestarem. Onde já se viu isso? Em que país, em que continente?", questionou Nyusi, em uma intervenção realizada a partir de Maputo para embaixadores moçambicanos.
Nyusi reafirmou que, de forma geral, o processo eleitoral ocorreu dentro da normalidade, mencionando que observadores internacionais apenas dias após as eleições apontaram supostos casos de "enchimento de urnas", os quais ainda precisam ser esclarecidos.
No dia seguinte à votação, Venâncio Mondlane declarou-se vencedor com base em atas e editais que sua equipe teria processado, afirmando que eram os "verdadeiros e originais". No entanto, Nyusi apelou à calma e ao respeito pela lei, especialmente após os protestos violentos da última semana, que resultaram em mais de 60 agentes da polícia feridos.
O Presidente alertou para o crescimento da violência no país, referindo-se a episódios de vandalismo e destruição de bens públicos. Ele destacou a necessidade de responsabilidade por parte dos líderes políticos, criticando a convocação de novos protestos por Mondlane, enquanto o processo de apuração ainda não foi finalizado pelo Conselho Constitucional.
Nyusi fez um apelo à unidade nacional e ao respeito pelos meios legais para contestação dos resultados. "O período de guerra em Moçambique já foi ultrapassado. Não há espaço para lutas. Todos devemos estar focados no desenvolvimento do país, sempre respeitando a lei", afirmou o Presidente.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) já havia anunciado a vitória de Daniel Chapo, candidato da Frelimo, com 70,67% dos votos, enquanto Venâncio Mondlane obteve 20,32%, mas o opositor ainda não reconhece os resultados, que precisam ser validados pelo Conselho Constitucional.
Após o anúncio dos resultados pela CNE, violentos protestos e confrontos com a polícia eclodiram, principalmente em Maputo, liderados por apoiantes de Mondlane. O Centro de Integridade Pública (CIP) estima que dez pessoas perderam a vida, dezenas ficaram feridas e cerca de 500 foram detidas durante as manifestações.
Nyusi concluiu sua intervenção destacando a necessidade de cooperação da comunidade internacional para ajudar a manter a paz e a estabilidade em Moçambique.
Redação: Índico News – Radar Magazine MZ®||
Fonte: TV Sucesso|| Imagem: Arquivo Radar
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