Em um momento de profunda dor e consternação, a Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) expressou suas condolências e repúdio pelo brutal assassinato do advogado Elvino Dias, ocorrido na madrugada deste sábado, em Maputo. Representante legal de Venâncio Mondlane, principal opositor ao regime, Elvino estava comprometido com a impugnação dos resultados eleitorais das eleições de 9 de outubro de 2024, quando foi silenciado de forma trágica.
Durante a conferência de imprensa realizada hoje, a OAM ressaltou que Elvino Dias sempre foi um defensor dos princípios do Estado de Direito Democrático e que seu assassinato não será em vão. “Estamos profundamente chocados. Realizaremos várias atividades para homenagear nosso colega. Este dia não passará em branco”, afirmou o porta-voz da OAM, destacando que o exercício da advocacia é constitucionalmente protegido e que qualquer ataque contra a classe será firmemente repudiado.
A OAM enfatizou ainda que a morte de Elvino não deve ser vista como uma tentativa de intimidar ou silenciar a advocacia. Pelo contrário, o compromisso da classe com a justiça se fortalece ainda mais em momentos de adversidade. Advogados de todo o país são agora convocados para unir forças e continuar a batalha jurídica iniciada por Elvino Dias, em apoio a Venâncio Mondlane, com o objetivo de contestar os resultados eleitorais que beneficiaram a FRELIMO e Daniel Chapo.
A luta de Elvino pelos desfavorecidos e contra o autoritarismo é uma inspiração para a advocacia moçambicana, e a OAM promete honrar seu legado, assumindo a responsabilidade de levar adiante as ações que ele estava preparando. O apelo da classe é claro: a batalha por justiça e pelo respeito às leis não terminará com a sua morte.
Esse gesto é visto como uma homenagem não só a Elvino, mas a todos os advogados que, ao longo dos anos, foram perseguidos ou silenciados pelo regime. "Elvino Dias cumpriu com a lei e lutou por um país mais justo. Agora, cabe a nós, advogados, continuar seu trabalho e garantir que a justiça prevaleça", finalizou a Ordem dos Advogados, convocando a classe para a continuidade do processo de impugnação dos resultados eleitorais.
A homenagem prestada pela OAM não só honra a memória de Elvino, mas também reafirma o compromisso da advocacia moçambicana com a defesa da justiça e da democracia, recusando-se a ceder diante de ameaças ou atos de violência.
O apelo à união dos advogados ressoa com força neste momento, clamando pela continuidade do trabalho de Elvino e pela defesa do Estado de Direito.
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