No primeiro dia da terceira fase da Manifestação Nacional e Geral, o Presidente-eleito Venâncio Mondlane fez um apelo à paciência e resistência da população moçambicana, especialmente aos empresários, encorajando-os a suportarem as dificuldades financeiras nos próximos sete dias em prol de um futuro mais justo e livre. Em um discurso que ressaltou as lutas e sacrifícios enfrentados pelos setores comerciais e sociais sob o atual governo, Mondlane enfatizou que a greve é uma medida necessária para combater o que ele descreveu como “bandidagem” e corrupção enraizadas no sistema liderado pela FRELIMO.
Mondlane apontou que as empresas têm sido obrigadas a pagar altas taxas e contribuições partidárias e que a crescente insegurança e extorsão geram desconfiança e afastam potenciais investidores, resultando na saída de pelo menos 400 famílias empresariais do país. Ele lamentou que Moçambique, com seus vastos recursos e potencial, tenha caído em um ciclo de opressão e miséria para a maioria de seus cidadãos.
Mondlane, em suas declarações, pediu a participação ativa de empresários, estudantes, vendedores informais, motoristas de transporte público (chapeiros) e de todos os cidadãos, reforçando que o momento é de união em um sacrifício coletivo. Ele destacou que a mudança é possível e instou os moçambicanos a priorizarem o interesse nacional sobre as suas receitas diárias.
“Eu Vivo pela Causa de Moçambique”, Diz Venâncio Mondlane
Abordando sua ausência física nas manifestações, Mondlane explicou que se mantém em local incerto para garantir sua segurança e proteger a continuidade do movimento, afirmando que “Sou mais valioso vivo do que morto, nesta causa.” Ele declarou estar sob constante pressão e tentativas de suborno da FRELIMO, que estaria tentando comprá-lo para desistir de sua luta pela libertação do povo moçambicano e que tem a cabeça a prêmio.
Expectativa de Protesto em Grande Escala em Maputo
O líder da oposição anunciou uma manifestação massiva programada para o dia 7, na cidade de Maputo, em resposta à alegada fraude eleitoral e aos abusos contra os direitos humanos, incluindo o uso de munição real contra manifestantes e gás lacrimogêneo expirado, que ele considera um grave atentado aos direitos civis.
Mondlane agradeceu aos moçambicanos por sua capacidade de resistência, destacando os esforços para contornar as restrições de internet impostas pelo Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) e a continuidade do movimento mesmo diante dessas limitações, ao aderir aos VPN's.
A Repercussão Internacional e o Apoio dos Angolanos
As manifestações lideradas por Mondlane também vêm gerando apoio internacional. Cidadãos angolanos expressaram solidariedade aos moçambicanos, afirmando que observam a luta em Moçambique como um exemplo inspirador de coragem contra regimes autoritários. Para eles, Moçambique tornou-se “uma espécie de América para os angolanos,” sugerindo que a luta pela liberdade inspira e ecoa na própria história de Angola.
Restrições à Internet e Liberdade de Expressão
Mondlane destacou a importância da liberdade de expressão e criticou as restrições impostas pela INCM, considerando-as uma violação dos direitos humanos. Ele exaltou a capacidade do povo moçambicano de se adaptar e encontrar formas alternativas de comunicação, mesmo diante da censura.
Com manifestações programadas para os próximos dias, a terceira etapa da greve promete intensificar o movimento pela transparência eleitoral e por uma reforma política em Moçambique, com Mondlane reiterando seu compromisso com o povo e pedindo sacrifícios momentâneos em busca de uma nova realidade para a nação.
Redação: Índico News – Radar Magazine MZ®|| Imagem: Arquivo Radar
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