Um agente da polícia, genro do Comandante-Geral da Polícia de Moçambique, Bernardino Rafael, perdeu a vida ontem em Malhampsene, bairro localizado na cidade de Maputo, em um trágico incidente que expôs a tensão crescente entre a população e as forças policiais.
Segundo relatos, o agente estava à paisana e armado, mas foi identificado pela população ao ser visto empunhando uma arma de fogo. Em um confronto inicial, o agente teria disparado contra um civil, levando à morte desta pessoa. No entanto, a munição do agente logo se esgotou, e a população, revoltada, reagiu com violência, cercando e apedrejando-o até a morte.
Este caso é o mais recente em uma série de episódios onde civis se apoderaram de armas das forças policiais, somando um total de três armas em posse da população em três pontos do país – Chalaua (Nampula), Niassa e agora em Malhampsene. Este fenômeno levanta preocupações de segurança para as autoridades moçambicanas, uma vez que a perda de armamento controlado pelas forças de segurança pode alimentar o clima de insegurança e intensificar a hostilidade entre a população e as autoridades.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) ainda não emitiu uma declaração oficial sobre o ocorrido, mas fontes próximas indicam que investigações estão em curso para esclarecer o incidente. Autoridades locais alertam sobre o risco de agravamento do clima de desconfiança entre a população e a polícia, e destacam a importância de restabelecer o diálogo e a confiança.
O assassinato do agente reforça a necessidade de revisão de protocolos de segurança e de aproximação com a comunidade, considerando o aumento dos conflitos envolvendo forças policiais em várias regiões do país.
Redação: Índico News – Radar Magazine MZ®||
Fonte: África Profunda || Imagem: Arquivo Radar