Na noite de ontem, manifestantes indignados com a restrição de serviços de internet tomaram as ruas da Machava Socimol, bairro 15, na cidade de Matola, Província de Maputo, e destruíram uma loja da operadora de telecomunicações Vodacom. O protesto ocorreu em meio à crescente insatisfação popular com o bloqueio de acesso à internet, o que tem dificultado a comunicação e a disseminação de informações no país.
Embora as operadoras de telecomunicações como a Vodacom estejam sendo alvos da revolta popular, fontes informam que a responsabilidade pela interrupção dos serviços não recai diretamente sobre elas. De acordo com apurações, o bloqueio foi determinado pelo Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM), que é a entidade reguladora responsável pela gestão das comunicações no país. O INCM, por sua vez, teria implementado a restrição sob ordens superiores do governo, particularmente do Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi.
Essa situação expõe as operadoras como alvos de ataques e vandalismo, embora elas estejam cumprindo regulamentações impostas pelo Estado. A restrição dos serviços de internet, em um contexto de tensões políticas e sociais, levou a uma resposta imediata e violenta da população, que vê na interrupção da internet uma tentativa de silenciamento e controle.
Assista abaixo ao vídeo:
Os protestos violentos levantam questionamentos sobre o papel do INCM e a atuação do governo moçambicano no controle das comunicações, sobretudo em momentos de crise. A destruição da loja da Vodacom é um reflexo do descontentamento e frustração da população, que exige respostas sobre a restrição dos serviços essenciais de internet.
O INCM e o governo ainda não emitiram esclarecimentos sobre os motivos exatos da restrição, mas a medida é vista como parte de uma estratégia de controle social, limitando o acesso à informação e dificultando a organização de manifestações. Enquanto isso, operadoras como a Vodacom permanecem vulneráveis, uma vez que, sem poder contestar ou recusar ordens do INCM, acabam sendo vistas como "cúmplices" pela população, que recorre ao vandalismo para expressar sua insatisfação.