Em uma mensagem inédita, um jovem membro da FRELIMO, que também se apresenta como simpatizante da luta pela libertação e pela justiça em Moçambique, dirigiu-se ao Engenheiro Venâncio Mondlane, reconhecendo sua vitória nas eleições gerais de 2024 e denunciando o grupo minoritário dentro do partido que impede a transição do poder. Segundo ele, embora a FRELIMO oficialmente conteste os resultados, muitos membros e simpatizantes reconhecem Mondlane como o vencedor legítimo e apoiam a sua causa.
Na carta, o jovem membro detalha uma divisão interna no partido, afirmando que líderes influentes, inclusive membros da Comissão Política, estão em desacordo com o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi. Ele menciona o apoio de figuras como seu próprio pai, membro da Comissão Política, e de Daniel Francisco Chapo, que concordam em entregar o poder ao legítimo vencedor. Contudo, Nyusi, alegadamente com o apoio de antigos presidentes e líderes, resiste, movido por interesses pessoais que visam prolongar sua influência e garantir imunidade.
A mensagem revela ainda denúncias de ações consideradas extremas para calar vozes dissidentes dentro do próprio governo, incluindo supostas ordens para eliminar figuras que começam a se alinhar com a vontade popular. Segundo o jovem, o recente falecimento do Diretor do SISE foi, supostamente, uma "ação encomendada" devido ao crescente alinhamento do Diretor com o povo.
A declaração desse membro da FRELIMO oferece um raro vislumbre de uma cisão política interna e enfatiza a luta entre a lealdade ao partido e a busca pela justiça eleitoral em Moçambique. A mensagem termina com uma chamada ao povo, declarando que "este país é nosso" e exigindo a saída do grupo liderado por Nyusi do poder.
Esta declaração traz uma nova perspectiva para os observadores nacionais e internacionais, que acompanham atentamente os desdobramentos da crise política em Moçambique.