No último sábado, a cidade de Xai-Xai foi palco de tensão e confrontos quando membros e simpatizantes do partido PODEMOS se reuniram para uma marcha pacífica, que fazia parte de uma greve geral em protesto contra os resultados das recentes eleições em Moçambique. A manifestação, que teve como objetivo expressar insatisfação e exigir transparência eleitoral, foi interrompida pela Polícia da República de Moçambique (PRM), que deteve pelo menos dois membros do partido e utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.
Representantes do PODEMOS relataram que a marcha foi inicialmente pacífica, mas a polícia teria impedido a passagem dos manifestantes e lançado gás lacrimogéneo, gerando pânico e correria entre a população que participava da greve. Segundo os organizadores, a repressão policial teria sido desproporcional, colocando em risco a segurança de manifestantes e cidadãos que acompanhavam o ato.
Em contrapartida, a PRM defendeu sua atuação, alegando que os manifestantes do PODEMOS teriam bloqueado a Estrada Nacional Número 1 (EN1), uma via crucial para o transporte na região, com barricadas. Segundo as autoridades, a dispersão foi necessária para restabelecer a ordem pública e garantir a circulação na estrada.
A detenção dos dois membros do PODEMOS e o uso de gás lacrimogéneo durante uma manifestação pacífica aumentaram a tensão política e as críticas sobre a postura das forças de segurança em situações de protesto. Movimentos sociais e ativistas se pronunciaram em apoio ao direito de manifestação, criticando o uso da força pela PRM como uma estratégia para intimidar os dissidentes.
A cidade de Xai-Xai permanece em alerta, e há temor de que a repressão policial possa desencadear novos protestos em solidariedade aos manifestantes e membros do partido detidos.