Maputo, 21 de outubro de 2024 – Durante uma conferência de imprensa realizada hoje na Praça da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), na Avenida Joaquim Chissano, a polícia dispersou os presentes utilizando gás lacrimogéneo, interrompendo abruptamente o evento que visava repudiar os resultados eleitorais considerados fraudulentos e exigir justiça pela morte de Elvino Dias e Paulo Guambe. O incidente ocorreu enquanto Venâncio Mondlane, candidato presidencial pelo partido PODEMOS, estava a dar declarações aos jornalistas sobre a repressão às manifestações que tomaram conta do país, com epicentro na capital.
A coletiva de imprensa, que tinha como objetivo destacar o descontentamento popular e as contínuas exigências de justiça para as vítimas de violência política, foi subitamente interrompida quando a polícia disparou gás lacrimogéneo diretamente em direção ao local onde Mondlane e outros membros de sua equipe se encontravam. Os manifestantes, incluindo repórteres presentes, foram forçados a evacuar o espaço rapidamente devido à intensidade da ação policial.
Mondlane, que estava no meio de suas declarações à imprensa, teve que abandonar o local às pressas junto com seus apoiantes, em meio a nuvens de gás que tomaram a praça. Não há informações imediatas sobre feridos graves, mas testemunhas no local relatam que várias pessoas, incluindo jornalistas, sofreram com os efeitos do gás.
As manifestações, que ocorreram em várias partes do país, são uma resposta crescente ao que muitos consideram ser uma violação dos direitos democráticos e humanos nas eleições gerais de 9 de outubro de 2024. Na cidade de Maputo, os protestos concentraram-se nas proximidades da OMM, onde Elvino Dias foi assassinado poucos dias antes. A presença policial na capital foi reforçada após o início dos protestos, com relatos de confrontos em diversos bairros.
A repressão durante a conferência de imprensa lança um novo olhar sobre o aumento da tensão política no país, num momento em que figuras da oposição, como Mondlane, têm denunciado abusos de poder e violência estatal.
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