Maputo, Moçambique – A capital moçambicana vive momentos de tensão nas zonas de Maxaquene e Polana Caniço, onde manifestações bloquearam as vias de acesso com barricadas, comprometendo a circulação de veículos e causando um verdadeiro caos no tráfego. Barricadas improvisadas, formadas por pneus e pedaços de madeira, foram incendiadas, espalhando o pânico entre os residentes, e obrigando muitos cidadãos a retornar para casa a pé, devido à ausência de transportes públicos.
As manifestações, compostas maioritariamente por jovens, dirigem-se à Praça dos Combatentes, onde se encontra um forte contingente policial, que tenta conter o avanço dos protestos. A situação surge como uma resposta de repúdio aos resultados das eleições gerais de 9 de outubro, que, segundo os manifestantes, foram marcadas por graves irregularidades e alegações de fraude.
Os manifestantes gritam palavras de ordem, exigindo que os resultados sejam revistos e que a integridade do processo eleitoral seja assegurada. Entre as principais queixas estão acusações de enchimento de urnas e manipulação de votos. Muitos cidadãos criticam a suposta manipulação, clamando por justiça e transparência no processo eleitoral, ao mesmo tempo em que exigem respeito à vontade popular.
Diante do aumento das tensões, as autoridades moçambicanas mobilizaram um grande contingente policial para reprimir os cidadãos. Os manifestantes, no entanto, mostraram resistência, enfrentando as ordens de dispersão emitidas pela polícia. Até o momento, não foram confirmadas detenções, mas o cenário permanece tenso e a possibilidade de confrontos com as forças de segurança é iminente.
A falta de transportes públicos forçou os cidadãos a deslocarem-se a pé para suas residências, enquanto os trabalhadores enfrentam dificuldades para retornar para casa devido às vias bloqueadas. Esse cenário tem gerado impacto significativo no dia a dia da população, com atividades comerciais e serviços temporariamente paralisados nas áreas afetadas.
Organizações internacionais e observadores eleitorais têm monitorado de perto a situação, especialmente após denúncias de irregularidades no processo eleitoral. A pressão aumenta sobre o governo moçambicano para lidar de forma transparente e imparcial com as queixas apresentadas, a fim de restaurar a confiança pública no sistema democrático do país.
As próximas horas serão críticas para determinar a evolução dos protestos, bem como a resposta das autoridades e o impacto nas negociações políticas em curso.