O Hospital Central de Maputo (HCM) informou que 16 pessoas deram entrada na unidade hospitalar em decorrência das manifestações que ocorreram ontem, 21 de outubro de 2024. Destas, cinco permanecem internadas devido à gravidade dos ferimentos, enquanto as demais receberam alta no mesmo dia.
Entre os pacientes internados, um sofreu fratura da tíbia direita, outro foi diagnosticado com hemoperitônio, e um terceiro teve ferimentos no abdômen e tórax. Dois pacientes transferidos do Hospital da Polana Caniço apresentaram lesões graves, sendo um com trauma cranioencefálico e outro com ferimento no lábio superior. Um dos casos mais críticos envolve um paciente com trauma cranioencefálico (TEC) moderado a grave. No entanto, segundo Dino Lopes, diretor do Serviço de Urgência de Adultos do HCM, todos os cinco pacientes internados estão fora de perigo, apresentando níveis de consciência estáveis.
Dos 16 atendidos, 11 receberam alta no mesmo dia. Desses, a maioria era composta por mulheres, que sofreram apenas lesões leves. Lopes também destacou que, até o momento, não há registro oficial de óbitos relacionados ao protesto, embora a tensão nas ruas tenha impedido a chegada de outros pacientes à unidade hospitalar.
Devido à greve geral, muitos profissionais de saúde do HCM não compareceram ao trabalho, o que impactou o atendimento. Além disso, muitos cidadãos tiveram receio de sair de casa devido à violência nas ruas. Como resultado, o número de atendimentos no HCM caiu significativamente. Enquanto o hospital costuma receber entre 300 a 500 pacientes por dia, apenas 192 foram atendidos ontem, sendo 80 deles vítimas de trauma, incluindo 24 resultantes de acidentes de viação.
O ataque policial, marcado pelo uso de força excessiva, continua a levantar questionamentos sobre a gestão da segurança pública e o respeito aos direitos humanos durante as manifestações que se alastram pelo país em protesto contra os resultados eleitorais de 9 de outubro.